quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Bunda lelê.

Nossa, olha que maravilha, que coisa espetacular. Brasilidade à flor da pele ou da calça, pra ser mais exato. Mas, e daí? E o resto? Ah, o resto é resto. É nada, como resto? Põe a calça e vai embora. Sei lá, não penso assim, não. Só penso que não penso assim, mesmo porque, se for verbalizar ou entrar em qualquer discussão sobre isso, ponho mais a minha masculinidade ou o meu rabo em discussão do que a própria bunda da moça que acabou de passar. Mas penso sim. Claro que, na maioria das vezes, só a bunda fala mais do que o resto. Ou o resto não é nada sem a bunda. Mas a bunda com um bom resto é melhor ainda. Pelo menos pra mim é. Com um olhar, com um beijo, com um abraço, com um sorriso. Com um resto que faça da própria um detalhe. Não que bunda não seja importante, até porque amor do pescoço pra cima é amor platônico. Conheço pessoas que vivem com uma bunda, casam-se com uma. Sim, olho pra elas e só vejo isso, mais nada. E alguns deles antes de assumirem a Dona Bunda me puxaram pela camisa dizendo com olhar penetrante e voz sussurrada: “olha aquela bunda!” Hoje estão com a dita cuja. O pior é quando elas sentam pra tentar esboçar um diálogo menos anal, digamos assim, e a conversa não sai do lugar, até porque elas se sentam. Não que as mulheres gostosas não sejam inteligentes. Claro que existem algumas. Mas a maioria é superficial, mais traseiral, digamos. Arnaldo Jabor desenhou uma discussão exatamente sobre isso no seu livro “Amor é Prosa. Sexo é Poesia”, mas, do ponto de vista delas mesmas que possuem dupla personalidade, é a bunda e ela ou ela e a bunda, nunca uma coisa só. (Agora, quando passar na rua e avistar uma mulher com uma daquelas, vou dizer pra quem estiver do lado: olha aquela esquizofrênica!) Mas continuando o raciocínio sobre o texto do Jabor, digo que é exatamente isso, as mulheres não existem sem a bunda. O contrário, sim, mas daí não são mulheres, sexualmente dizendo. São as Madres Teresa de Calcutá e muitas outras de quem não me lembro agora (preciso parar de olhar só para as bundas). São mulheres que tinham o resto, que são mais do que uma trazeira avantajada com um resto. Essas sim são mulheres de verdade Porque o resto é só resto. Pelo menos pra mim.

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