terça-feira, 10 de dezembro de 2013
O caminho de volta.
Domingo agora acordo com os passos do meu filho vindo em minha direção na cama e beijando o meu braço. Levanto e, depois de esmaga-lo vou até a cozinha onde encontro meu pai, como de costume, fazendo o almoço.
- Bom dia Wirsão... e feliz aniversário!!! Quantos aninhos?!
Ele mostra sete dedos e olha com um sorrisinho. Eu respondo com o mesmo sorriso, e numa cumplicidade, digamos espiritual, entramos na mesma sintonia:
- Tá véio, heim Wirsão? (risos) ... Não vê a hora de voltar pra casa né, pai?
Percebi que o sorrisinho dele aumentou.
- Tá na hora.
- Merecido. Respondi. – E quem você acha que vai encontrar primeiro? O seu pai, (sei que ele tem muita saudade do pai que se foi quando ele era pequeno) um xamã, ou o seu pai como um xamã? Rimos juntos. E ele:
- - Vai saber, isso se ele não reencarnou num desses moleques aí. (se referindo aos netos).
- Vai saber, só sei de uma coisa, não some não, viu? Vamos trabalhar juntos. Eu daqui e você de lá.
Nessa hora nossos olhares se cruzaram por segundos. E ele disse:
- Com certeza.
E eu repeti a pergunta: - Não vê a hora de voltar pra casa, né pai? E antes mesmo dele responder eu continuei:
- Eu também.
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