Engraçado como os presentes mais fascinantes estão bem lá no fundo do lamaçal de nos mesmos. E quando descido entrar de cabeça nele, dou de cara com as coisas mais lindas e fascinantes da vida. E é aí que entendo que a pérola fica envolvida por uma casca dura, grossa, difícil de penetrar. Estou no momento mais espiritual da minha, talvez seja porque encontrei a espiritualidade na vida, junto com a vida. Algo do tipo: estar aqui e agora, mas respirando e percebendo os dois planos. Mas não existindo dois, e sim um que é os dois. Não sei explicar. Mas é intenso, uma mistura de júbilo e dor. O prazer da dor. Mas não um prazer físico, mas espiritual. Como se a minha alma estivesse se mexendo e batendo a sujeira dela mesma, como se tirasse o pó. E cada batida que ela dá, uma casca, uma vida passada, um trauma, um sei lá o que aparece diante dos meus olhos. E eu observo surpreso. Sem nunca saber que aquilo estava ali, mas estava, e foi embora. E debaixo do pó minha alma brilha um pouco mais. E sem ter muito tempo de entender aquilo, vem a outra batida de pó, e mais algo aparece. Uma atrás da outra. Intenso, sem tempo, uma atrás da outra. É como se os pós fossem frações de vidas, vivências, ocorrências registradas na âmago de mim mesmo. De um eu que nem eu mesmo sei direito. De muito tempo. Junto vejo pessoas, entidades obsessoras agindo em coisas que nem eu mesmo sabia, amparadores antigos que não me lembrava mais e em formas que nem imaginava que existiam. E hoje ganhei mais um desses presentes. Porque seja como for, eu sei e sinto a presença de amigos espirituais muito próximos de mim, que seguram a minha mão enquanto doi. De vários lugares, de várias linhas, descubro almas amigas que nem pensava que conhecia. Mas hoje eu conhecia, e bem. E chorei de saudade. Pela primeira vez chorei de saudade dela. Uma saudade humana, mas que logo vira uma saudade mais consistente. Que o amor humano já percebi que é muito menor em relação ao tempo que vivemos, as vezes, com certas pessoas. E mais uma vez seus olhos azuis brilharam para mim. Ai, vozinha querida, que saudade! Que gratidão poder sentir o seu amor materno e espiritual tão perto de mim, assim. Hoje, você me ajudou a abraçar um espírito que a tempos quis me prejudicar. Me mostrando que o amor é maior que tudo isso. E que ele agia por amor. E que as vezes a gente faz besteira por amor, também. Mostrou que ele não perdeu. Mas que o amor ganhou. Eu, ele e todo mundo ganhou. Hoje eu chorei sua partida Vandinha. E junto com esse choro, o choro de gratidão pelo seu amparo e por você, na verdade nunca ter ido. Nunca.
E hoje eu vou fazer diferente, vó. Vou rezar por você cantando assim:
“Teu olho que brilha e não para. Vandinha, te encontro na fé.
Salva salve essa nega, que axé ela tem.
Ó meu Pai do céu, limpe tudo aí.
Vai chegar a rainha precisando dormir.
Quando ela chegar Tu me faça um favor,
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for.”
Hoje eu entendo que o “fardo pesado que levas, deságua na força que tens.”
“Teu lar é no reino divino, limpinho cheirando alecrim.”
PS: Isso vale pra você também, viu, madrinha querida. Que fica aí do lado só rindo. E não ri, não, que vou continuar te pentelhando com perguntas o tempo todo, viu...rs.
Clique nesse link e feche os olhos e lembre dela (s). Bejos - http://www.youtube.com/watch?v=sID-p2pt7zs
sábado, 23 de junho de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
O que você tem?
O que você tem? Qual seu patrimônio? Você já tem 30 anos e ainda não tem nada? Putz, e aí? Não vai fazer um pé de meia? Precisa heim! Afinal de contas o tempo passa, o tempo voa. Aí você se pega ansioso correndo atrás do pé de meia. Com medo do futuro. Do que vai ser da sua velhice. O que vai deixar para seus filhos. Todo mundo se preocupa com isso. Todo mundo. Eu também. Mas aí olho em volta e vejo um monte de gente correndo atrás do rabo, digo, pé de meia. Eu também, mas digamos que com uma diferença. Ao invés de correr eu ando. E quer sabe? Ando na boa. Tipo boêmio andando na calçada de Copacabana olhando o mar. Apreciando a paisagem. E enquanto olho, veja uma galera correndo pra cima e pra baixo com seus patrimônios blindados. Com suas fisionomias rançosas e os olhos focados no próprio umbigo. Aí sinto uma tristeza no peito. Não pelo que não tenho. Mas pelo que eles não tem. Aí fecho os meus olhos e visualizo o meu corpo envelhecendo até o momento da morte em uma fração de segundos. Como aqueles vídeos superacelerados da National Geographic. Até apodrecer e virar pó. Aí me vejo como alma, como espírito. E ali, faço a mesma pergunta: o que você tem? Nessa momento sinto minha testa brilhando. Percebo uma pedra preciosa ali dentro. Com uma luz de um brilho inimaginável. Na mesma hora, lembro dos amparadores e sinto meu peito também brilhando. Mais diamante se acende ali. Um contentamento ainda maior toma conta de mim. E minhas mãos se acendem também como tochas de fogo. Olha para elas e vejo mais duas esferas brilhantes, como dois diamantes lapidados. E então lembro daquela pessoa dentro do carro, com seu olhar preocupado e expressas rançosa. E então eu a abraço e ofereço tudo o tenho. Absolutamente tudo. Abro meus olhos. Continuo andando, apreciando a paisagem com uma sensação maravilhosa dentro do peito. Mas continuo sem nada. Aí me lembro da pergunta e junto com ela me vem logo a resposta: você tem tudo.
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